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A arquitetura ainda é, nos dias de hoje, o exemplo mais visível de influência brasileira na região do Golfo da Guiné. Durante a primeira metade do século XIX, o novo estilo arquitetônico ficou limitado às residências dos negreiros portugueses e a alguns palácios reais, como o do Obá Akinsemoyin, em Lagos. Foi apenas a partir da segunda metade do século que novo estilo se popularizou.

 

A chegada de novos contingentes de retornados a Lagos e Porto Novo deu impulso ao desenvolvimento da arquitetura dita “brasileira”. Aglomerados no que se tornou o “bairro brasileiro” (Brazilian Quarter) de Lagos, os retornados passaram a construir suas casas no mais puro estilo colonial brasileiro: sobrados e solares em que prevaleciam elementos tradicionais como o pé-direito alto, as varandas e os pátios internos, os jardins, a disposição dos quartos ao longo de um corredor ou em torno de um salão e as grandes janelas com venezianas e balcões, dando para a rua. Muitas eram construídas em dois andares, dois quais o primeiro geralmente abrigava algum tipo de venda ou comércio, no qual trabalhava a família.

 

A difusão dessa nova arquitetura foi muito rápida. Em poucos anos todo o bairro brasileiro e adjacências ostentavam sobrados de estilo brasileiro. Essa difusão não se limitou à Nigéria. Através de artesãos, carpinteiros e mestres-pedreiros vindos do Brasil, ela chegou às cidades de Porto-Novo, cuja Grande Mesquita é idêntica a uma igreja, embora adornada de minaretes; e Uidá, onde também existe um bairro brasileiro, o chamado Quartier Brésil. 

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